Guillermo del Toro, 61, criticou o uso de inteligência artificial (IA) no cinema ao receber o Vanguard Tribute por seu mais novo filme, “Frankenstein”, durante o Gotham Awards. O diretor foi acompanhado no palco pelos protagonistas do longa, Jacob Elordi, intérprete da Criatura, e Oscar Isaac, que vive Victor Frankenstein.
Guillermo abriu o discurso prestando homenagem à autora do romance que inspirou o filme, Mary Shelley. O cineasta revelou que leu “Frankenstein” aos 11 anos e, desde então, sabia que queria transformar o livro em filme. “Eu entendi naquela época, por meio do trabalho dela e do primeiro vislumbre de Boris Karloff [ator que interpretou o monstro na primeira adaptação cinematográfica da obra] que eu não pertencia ao mundo da forma como meus pais, como o mundo esperava que eu me encaixasse”, começou ele.
“Meu lugar era uma terra distante habitada apenas por monstros e desajustados. Eles têm sido minha família desde então. Então, poder retornar a essa história agora, aos 61 anos, com artistas tão extraordinários quanto Oscar e Jacob, tem sido um dos maiores privilégios da minha vida, e neles encontrei outra família.”
Após breves falas de Jacob e Oscar durante o evento, que aconteceu na segunda-feira (01), no Cipriani Wall Street, em Nova York, o diretor voltou ao palco para agradecer ao elenco e à equipe técnica. “Gostaria de dizer ao restante do nosso elenco extraordinário e à nossa equipe que a arte de todos brilha em cada frame deste filme, que foi feito deliberadamente por humanos, para humanos. Os designers, construtores, equipes de maquiagem, figurinistas, diretores de fotografia, compositores, montadores – esta homenagem pertence a todos eles.”
O ícone das telonas encerrou o discurso criticando o uso de IA em Hollywood. “Gostaria de estender nossa gratidão e dizer: f*** a IA.”
Em outubro, del Toro já havia endurecido o tom ao afirmar que “preferia morrer” a utilizar IA generativa em seus filmes. No podcast Fresh Air, da NPR, ele foi questionado se havia recorrido à tecnologia em sua nova adaptação de “Frankenstein”. “IA, especialmente IA generativa, não me interessa, nem jamais me interessará. Tenho 61 anos, e espero permanecer desinteressado até o dia em que eu bater as botas”, respondeu.
O cineasta traçou paralelos entre a IA e o comportamento de Victor Frankenstein. “Minha preocupação não é com a inteligência artificial, mas com a estupidez natural. Acho que é isso que motiva os piores professores do mundo.”
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