O apresentador Jimmy Kimmel, 57, revelou que estava no banheiro quando executivos da emissora americana ABC o informaram que seu talk show seria retirado do ar. O Jimmy Kimmel Live! ficou suspenso por uma semana, em setembro, após declarações polêmicas do comediante sobre o assassinato do ativista de direita Charlie Kirk, morto a tiros durante uma palestra em Utah.
Em entrevista ao The Late Show with Stephen Colbert, Jimmy, que retornou ao ar no último dia 23, detalhou o momento: “Era por volta das três da tarde, a gente grava às 16h30. Eu estava no escritório, digitando, e recebo uma ligação. Era a ABC. Disseram que queriam falar comigo. Apenas isso já era incomum, porque, pelo que eu sabia, nem lembravam que eu fazia um programa.”
Sem ter onde atender em particular, o apresentador foi ao banheiro: “Tenho cinco pessoas trabalhando na sala comigo, então só me restou ir ao banheiro. Eles disseram: ‘Queremos acalmar os ânimos. Estamos preocupados com o que você vai dizer hoje à noite e decidimos que a melhor saída é tirar o programa do ar’.”
A plateia de Stephen Colbert reagiu com vaias, e Jimmy brincou: “Pois é, eu comecei a vaiar”. O apresentador explicou que tentou argumentar: “Eu disse: ‘Não acho que seja uma boa ideia’. Eles responderam: ‘Achamos que é’. Houve uma votação e eu perdi.”
O humorista admitiu que sua primeira reação foi achar que seria o fim definitivo da atração que comanda há mais de 20 anos. “Voltei para o meu escritório e chamei alguns dos produtores executivos. Havia cerca de nove pessoas lá dentro. E eu disse: ‘Eles vão tirar o programa do ar’. E eu estava… minha esposa disse que eu estava pálido, da cor de um papel, quando saí de lá. Pensei: é isso, acabou. Já era. Nunca mais vou voltar ao ar. Foi realmente o que achei.”
O astro acrescentou que os convidados do dia e a plateia já estavam prontos quando a decisão foi comunicada. O músico britânico Howard Jones chegou a gravar uma performance que seria exibida futuramente. “Então contamos à nossa equipe. Enquanto isso, toda a plateia já estava nos assentos”, finalizou.
O retorno do programa à TV foi confirmado pela Disney, proprietária do canal ABC. A companhia publicou uma nota na ocasião: “Tomamos a decisão de suspender a produção do programa a fim de não inflamar ainda mais uma situação tensa em um momento delicado para o nosso país. A medida foi tomada porque sentimos que alguns comentários foram inoportunos e, portanto, insensíveis. Passamos os últimos dias tendo conversas cuidadosas com Jimmy e, após essas conversas, chegamos ao acordo de retomar o programa”.
A polêmica teve início após o comediante afirmar que Tyler Robinson – acusado de assassinar Charlie Kirk -, teria ligação com o movimento Make America Great Again, slogan popularizado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, 79.
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