A apresentadora Adriane Galisteu, 52, explicou por que decidiu revisitar sua história com Ayrton Senna (1960-1994) no documentário “Meu Ayrton, por Adriane Galisteu”, lançado pela HBO Max. A produção aborda o relacionamento dos dois, que durou cerca de um ano e meio, até a morte do piloto, em 1º de maio de 1994, após um acidente durante o Grande Prêmio de San Marino, no circuito de Ímola, na Itália.
Em entrevista ao podcast Pod Falar, comandado por Tati Pilão, a estrela afirmou que sua motivação foi revelar o lado humano de Senna, distante do ídolo global da Fórmula 1.
“O Ayrton como ser humano, como coração, ele era tão herói quanto, só que sem capacete. E ele era um cara tão tímido, que poucas pessoas tiveram acesso a esse Beco, a esse Ayrton, que é muito diferente do Senna. O Senna tinha uma ‘carapaça’ ali, dura.”
A ex-modelo explicou que o astro mantinha hábitos simples e queria viver relações autênticas. “O Beco tinha um coração enorme, ele era um cara diferente, simples, de hábito simples, muito diferente desse glamour todo da vida da Fórmula 1, tanto que ele se apaixona por uma menina como eu, da Lapa, que tinha zero para oferecer, a não ser uma jovialidade e uma espontaneidade. Ele via alguma coisa ali. Eu acho que isso, faltava na vida dele pessoas que estivessem perto dele. E que não colocassem o Senna na frente. E como eu era muito jovem, e muito despreparada, e muito pouco informada, e com poucos recursos, eu não via o Senna na frente.”
A apresentadora relatou ter percebido que sua experiência merecia ser compartilhada, assim como outras produções sobre o piloto ao longo dos anos.
“Vi, acompanhei, li livros, documentários, filmes. Acho tudo válido, e também acho que todo mundo que conheceu ele tem uma versão diferente para contar.”
Ao relembrar o fim de semana do acidente fatal, Adriane disse acreditar que a corrida não deveria ter acontecido.
“Essa corrida não era para ter acontecido. Já tinha morrido uma pessoa, um piloto antes, o [automobilista austríaco] Ratzenberger. O Rubinho [Barrichello] tinha batido de um jeito muito feio. Era um final de semana atípico, muito incomum e que não era para ter acontecido. Tem coisas que a gente não consegue explicar.”
Ela comentou sua reação ao ver a batida na curva Tamburello e explicou que, inicialmente, não achou que o acidente fosse grave.
“Falei: ‘[a corrida] acabou antes do que eu esperava, ainda bem, graças a Deus’. Agora, com a morte dele, um cara que morre cheio de vida, morre fazendo aquilo que ele mais sabia fazer, ele deixa para mim um ensinamento de ânsia de viver. Eu aprendi a realizar sonhos. Porque ele morre sem realizar nada. Ele conhece o mundo, mas não conhece nada. Ele conhecia a corrida, o autódromo e o hotel.”
Adriane acrescentou que Senna tinha planos pessoais que nunca concretizou, como viajar à Disney e ter filhos.
“Ele é um cara que queria ir para a Disney, morreu sem ir. Ele queria ter um filho, morreu sem ter. Até onde a gente sabe, né? (…) Com a morte dele, eu passo a realizar meus sonhos. E isso está muito claro dentro de mim. Eu sou uma mulher que realiza. Eu não fico esperando. Ele morre sem fazer e isso me dá um trauma. Porque eu falo, não é possível que alguém possa viver uma experiência desse nível, ser desse tamanho, sem realizar o mínimo. Porque a gente fica esperando a hora certa. E nunca vai ter a hora certa para nada na nossa vida. Amanhã você não está mais aqui para contar essa história e acabou a tua hora. Então, ou você realiza… Ou você vai estar sempre esperando uma coisa e nunca vai chegar a essa hora”.
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