O médico Salvador Plasencia, responsabilizado criminalmente pelo fornecimento de drogas a Matthew Perry (1969-2023), foi condenado a dois anos e meio de prisão nesta quarta-feira (3), nos Estados Unidos, além do pagamento de uma multa de US$ 5.600 (cerca de R$ 30 mil). O profissional é o primeiro entre os cinco envolvidos no caso a receber sentença pela morte do ator de “Friends”, que faleceu em 2023, aos 54 anos, vítima de um afogamento acidental na banheira de hidromassagem de sua casa, provocado pelos efeitos agudos da cetamina. De acordo com a investigação, Plasencia admitiu ter vendido o medicamento “sem finalidade médica legítima”.
Antes de ouvir sua sentença em um tribunal federal de Los Angeles, o médico pediu desculpas à família do ator. “Eu falhei comigo mesmo. Não há justificativa. Não posso desfazer o que foi feito. Eu sei disso. Eu deveria tê-lo protegido, como a mãe dele disse. Sinto muito”, declarou.
A mãe do ator, Suzanne Morrison, e o padrasto, Keith Morrison, enviaram uma carta emocionada ao tribunal pouco antes da leitura da sentença, relatando o sofrimento e a revolta com as pessoas que contribuíram para a morte do ator. “Como se calcula a extensão de um luto? É possível dar algum tipo de explicação racional? O chão desaparece? Sim, isso. Era uma vida tão entrelaçada à nossa e sustentada às vezes com fita adesiva e arame, com tudo o que pudesse impedir que aquela coisa terrível matasse nosso primogênito – e, com ele, nossos corações. E então aqueles chacais gananciosos surgem da escuridão, e todo o esforço é em vão; tudo desaba”, escreveram.
“A história dele emocionou tanta gente. E ele queria, precisava, merecia… um terceiro ato. Ele estava… no processo. Mas aí vieram esses animais”, acrescentaram.
Suzanne criticou duramente o comportamento do médico, dizendo que ele havia violado “seus juramentos mais importantes”, encontrando o ator “às escondidas na calada da noite” para fornecer cetamina em troca de dinheiro. “Para quê, por alguns milhares de dólares? Para se alimentar da vulnerabilidade do nosso filho… e ainda zombar, perguntando: ‘Quanto será que esse idiota vai pagar? Vamos descobrir’. Algumas coisas são muito difíceis de entender.”
O pai do ator, John Perry, e a madrasta, Debby Perry, enviaram outra carta ao tribunal, afirmando que Plasencia “não merecia ouvir” seus sentimentos.
“Matthew era um homem amoroso, que seria nosso amparo na velhice. Um tio para nossos netos e a montanha em que seus irmãos poderiam se apoiar. O futuro patriarca da família. A recuperação de Matthew dependia de você dizer NÃO. Quais eram suas motivações? Não consigo conceber. Um médico cuja vida deveria ser dedicada a ajudar pessoas. O que você estava pensando? Por quanto tempo achou possível fornecer inúmeras doses sem que a morte fosse o desfecho? Você se importou? Você pensou? Quantas outras pessoas você machucou e nós não sabemos? Pedimos ao tribunal que lhe dê uma sentença suficiente para refletir, estendendo sua pena além do mínimo obrigatório.”
Além de Plasencia, outros quatro envolvidos no esquema aguardam julgamento. Jasveen Sangha, chamada pelos promotores de “Rainha da Cetamina”, será sentenciada em 10 de dezembro. O ex-assistente de Perry, Kenneth Iwamasa, ouvirá sua sentença em 14 de janeiro. O médico Mark Chavez será julgado em 17 de dezembro, e Erik Fleming – apontado como canal nas vendas feitas a Perry -, será sentenciado em 7 de janeiro.
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