O rei Charles III, 76, deu início ao processo formal para retirar todos os títulos e honrarias do irmão, o príncipe Andrew, 65. A decisão encerra oficialmente o uso de seu tratamento como “Sua Alteza Real” (HRH) e do título de príncipe, passando ele a ser identificado apenas como Andrew Mountbatten-Windsor.

Em comunicado divulgado pelo Palácio de Buckingham nesta quinta-feira (30), a Casa Real britânica anunciou: “Sua Majestade iniciou hoje um processo formal para remover todas as formas de tratamento, os títulos e as honrarias do príncipe Andrew.”

O texto acrescenta: “O príncipe Andrew passará a ser conhecido como Andrew Mountbatten-Windsor.”

A decisão acontece menos de duas semanas após Andrew ter informado que abriria mão voluntariamente do título de duque de York em meio a uma série de escândalos e após novas polêmicas envolvendo sua residência oficial, o Royal Lodge, uma mansão de 30 cômodos situada na propriedade de Windsor, onde ele mora desde 2003.

Reportagens da imprensa britânica revelaram que o irmão do monarca não paga aluguel em dinheiro pelo imóvel, tendo negociado um “peppercorn rent” – prática no Reino Unido em que se paga um valor puramente simbólico, se solicitado. O arranjo provocou críticas até entre parlamentares britânicos, que raramente comentam assuntos da família real.

O Palácio de Buckingham confirmou que o acordo chegou ao fim: “Seu contrato de locação no Royal Lodge, até o momento, lhe concedia proteção legal para permanecer na residência. Notificação formal foi agora emitida para a entrega do imóvel, e ele se mudará para uma nova acomodação financiada de forma independente. Essas medidas são consideradas necessárias, apesar de ele continuar negando as acusações feitas a ele.”

A decisão ocorre poucos dias após a publicação do livro póstumo de Virginia Giuffre (1983-2025), que reafirma as acusações de que foi forçada a manter relações sexuais com Andrew em três ocasiões, quando tinha 17 anos, enquanto era vítima de uma rede de tráfico sexual comandada por Jeffrey Epstein (1953-2019). Andrew nega todas as alegações.

O comunicado também é assinado pela esposa de Charles, a rainha Camilla. “Suas Majestades desejam deixar claro que seus pensamentos e mais sincera compaixão permanecem com as vítimas e sobreviventes de qualquer forma de abuso.”

Andrew já havia sido afastado de compromissos públicos em 2019, após uma entrevista desastrosa à emissora BBC sobre sua ligação com Epstein, encontrado morto enquanto cumpria pena nos Estados Unidos por crimes sexuais.

Em 2022, o filho da falecida rainha Elizabeth II chegou a um acordo extrajudicial estimado em mais de 12 milhões de libras (cerca de R$ 84 milhões) para encerrar o processo movido por Virginia – o que, segundo o Palácio, foi feito sem admissão de culpa.

Agora, com a decisão de Charles, Andrew perde o que restava de status real.

Visit Bang Premier (main website)